São muitas as vantagens da produção de modelos durante a fase de estudo de projetos de arquitetura e desenvolvimento de produtos
O EPS é um material amplamente utilizado para o desenvolvimento de projetos e produtos nas áreas de arquitetura e design. “A arquitetura utiliza desde uma folha de papel até o EPS para o estudo de elementos e detalhes do edifício e também de objetos”, diz o designer industrial e mestre em arquitetura Márcio Hulk Giannelli, professor do Instituto Europeu di Design (IED).
Já o design faz uso de dois elementos de experimentação: os protótipos e os modelos. “Os protótipos são construídos na escala 1:1, empregando materiais e conceitos do produto final, enquanto os modelos – também conhecidos como mockups– podem ter diversas escalas”, explica Giannelli. Ferramenta fundamental na última etapa do desenvolvimento, o protótipo deve ser o mais fiel possível ao produto proposto. Ele é a materialização do futuro produto e, geralmente, é apresentado ao cliente ou ao usuário final.
ARQUITETURA
No processo arquitetônico, a representação física do projeto do edifício é feita em maquetes que, tradicionalmente, eram construídas artesanalmente. Porém, com o surgimento de novas tecnologias, como a impressão 3D, as maquetes estão sendo elaboradas digitalmente. “Contudo, a experiência de testar volumes e proporções durante o processo criativo ainda depende da construção de modelos rápidos. Em muitos casos, são usados materiais como papel, EPS etc., com o propósito de testar o comportamento das formas geométricas e sua plasticidade”, alega o professor.
Não é incomum, segundo Gianelli, serem adotados tecidos, por exemplo, para simular curvas complexas. Isso porque, por mais que sejam precisos, os programas de 3D não traduzem de maneira rápida e assertiva o comportamento de certos elementos do projeto. “Assim, a arquitetura usa materiais de base em seu processo de criação e testes, com a intenção de promover a observação e, posteriormente, a implementação e a transposição da forma no projeto final”, comenta o designer industrial.
DESIGN DE PRODUTOS
Há vários modelos empregados por designers em cada estágio de desenvolvimento de um produto. Destacam-se os modelos volumétricos, que permitem visualizar o tamanho e a estrutura da peça que está sendo criada, e o mockup estético, estritamente empregado para entender as características formais, como aparência e beleza.
“Temos ainda outro conceito, o ‘porcótico’, modelo utilizado pelo profissional para estudar, rapidamente, algumas possibilidades do objeto que está sendo investigado”, informa o professor, que cunhou o termo. Na prática, partindo do simples desenho feito à mão, ele recorta o EPS, dando forma, para saber qual será o seu volume ou testar sua funcionalidade. É uma prática comum e rápida, executada em poucos minutos. “É um esboço do modelo 3D”, ele acrescenta.
DICAS DE USO DO EPS
A produção de protótipos e modelos envolve grande quantidade de materiais diversificados, que vão do EPS à plastina, à cartolina, ao papel Paraná, entre outros. “Porém, a materialização do objeto é dada pelo EPS”, afirma Giannelli, que elenca as vantagens da matéria-prima e dá algumas dicas para melhor aproveitamento de suas propriedades.
• Com o EPS é possível fazer vários tipos de corte para a construção de protótipos e mockups
O professor compara o material ao papel, que pode ser cortado com estilete ou tesoura, mas fica longe de servir como estrutura. Já o papel Paraná, apesar de garantir melhor estruturação do objeto, oferece resistência ao corte. “Já o EPS combina as duas coisas. Ele tem ótima estrutura, consigo deixá-lo em pé e o corte é muito simples. Basta desenhar ou colar uma figura sobre a placa e cortar com estilete ou laser. O EPS garante rigidez e robustez ao objeto”, destaca, ressaltando que depois de cortado não ficam rebarbas.
• O material tem boa tolerância dimensional
“Se corto com 3 mm, ele mantém estruturalmente a medida”, ensina Gianelli, exemplificando: “Se preciso de uma peça redonda para o mockup, é possível cortar no EPS as partes superior e inferior e, depois, colar na lateral um papel para ter noção da volumetria do objeto”.
• O corte a laser usado em baixa potência é uma boa opção
“É um corte rápido e eficiente”, diz Giannelli, que já utilizou pirógrafo e ferro de solda para desenhar sobre o EPS e rebaixar determinados detalhes do protótipo. Ou até mesmo elementos funcionais do objeto, como botões operacionais de um liquidificador, para testar a usabilidade do produto.
• O EPS recebe bem cola e tinta
Assim, é possível aplicar logotipo no protótipo e depois que a volumetria estiver pronta, imprimir imagens e cores e colar no objeto, tornando-o o mais próximo possível da peça final. “Visto de longe ou fotografado, passa a ideia de que se trata do produto real pronto”, declara o professor.
• O material tem tolerância à água e é fácil de utilizar
O EPS, diferentemente de outros materiais, é resistente à água e não estufa. Ele recebe bem qualquer tipo de pintura sem sofrer corrosão. Além de ser leve e fácil de manipular na produção de protótipos e modelos.
• Spray de acabamento protege o objeto de EPS
O EPS também é usado como base de pranchas de apresentação, que são leves e permitem ótimo acabamento final, com spray que cria uma película de proteção à impressão e a cores. O material recebe bem o spray, sem qualquer reação.
• Do 3D virtual ao 3D real
Em tempos de tecnologia digital, jovens profissionais e alunos de Design não conseguem visualizar o projeto, suas dimensões e seu comportamento em estudo no ambiente virtual. Para resgatar a construção de protótipos, o professor ensina a produzir “porcótipos” a partir do modelo em 3D. “Fatiamos o produto criado em 3D na espessura da folha do EPS e montamos uma prancha com todas essas secções. Então, a máquina a laser corta, e colamos um sobre o outro. O resultado é a peça com a mesma volumetria daquela em 3D. O estudo sai do 3D virtual para o 3D real rapidamente. Isso deve ser feito antes de se avançar no desenvolvimento da peça no ambiente digital, pois assegura a relação do homem com o produto”, recomenda Gianelli.
• Rapidez na construção de modelos
Dependendo do porte do objeto, enquanto a impressão 3D pode levar de 12 a 24 horas, a construção de um mockup de EPS demora menos de uma hora.
• Mockup com EPS ajusta o produto à sua fabricação
Em design, o desafio é projetar um produto passível de uso e cuja produção seja viável. O modelo construído com EPS evita as limitações da fabricação. “É a oportunidade de testar e ajustar aquilo que foi pensado”, finaliza Giannelli.
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