EPS é capaz de manter as baixas temperaturas das câmaras frias

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EPS é capaz de manter as baixas temperaturas das câmaras frias

Material pode cumprir a função de isolante térmico tanto nas paredes quanto no piso. Sua especificação deve ser norteada pelas características técnicas do projeto

As câmaras frias são espaços isolados onde a temperatura ambiente é mantida constantemente baixa. Abrigar frigoríficos ou armazenar frutas e verduras estão entre suas principais funções. A conservação dos itens acontece por meio de resfriamento ou congelamento.

A temperatura no interior da câmara varia de acordo com o material armazenado. “Para os resfriados, como carne fresca, a temperatura gira em torno de 0°C. Já para os congelados, é de cerca de -20°C”, exemplifica o engenheiro Rogério Vilain, professor do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC). Há casos especiais, como espaços para estocar flores ou maçãs, que podem operar a mais de 0°C, e túneis de congelamento que chegam a -40°C.

Para manter a temperatura adequada, a câmara fria precisa retirar o calor adicionado ao ambiente por meio de diferentes fontes. “A quantidade de calor que penetra no espaço durante a operação é nomeada de carga térmica”, explica o professor. A carga térmica é influenciada pelo aquecimento produzido durante a operação do motor (evaporador) ou pela presença de pessoas no interior da câmara.

A frequência com que a câmara fria é aberta e a temperatura do produto são outros fatores que precisam ser analisados. “O projeto deve levar em consideração a quantidade de calor transmitido pelas paredes. Afinal, embora exista um isolamento, nunca será perfeito”, comenta Vilain, informando que as paredes são compostas de estruturas metálicas aliadas a materiais isolantes térmicos.

O PAPEL DO EPS

No passado, as câmaras frias tinham suas paredes preenchidas com madeira (cortiça) e serragem. No entanto, essa solução ficou ultrapassada. Atualmente, a função é realizada pelo poliestireno expandido (EPS) ou pelo poliuretano (PUR). “Em seu processo de expansão, o EPS forma pequenas bolhas de ar em seu interior. Por isso, apresenta um bom desempenho, afinal, o ar é um excelente isolante térmico”, complementa o docente do IFSC.

Segundo Vilain, para escolher entre EPS e PUR deve-se levar em consideração os aspectos financeiros. “O EPS é a alternativa mais econômica. No entanto, independentemente da solução, nada impede que o tamanho da parede seja ajustado para atingir o nível de isolamento desejado”, destaca. O poliestireno expandido costuma ser especificado para paredes de câmaras frias com temperatura mais elevada, enquanto o PUR é usado em câmaras para congelados.

Para ser usado nesse tipo de projeto, o EPS deve apresentar densidade média aparente de 14 kg/m³ e coeficiente de condutibilidade térmica de 0,040 W/m. K. Além disso, precisa contar com material retardante a chamas, ou seja, pertencer à Classe F. Já sua espessura é determinada pelas demais características da câmara fria, como os produtos armazenados e a diferença de temperatura entre os ambientes interno e externo.

ATENÇÃO COM O PISO

Tão importantes quanto os elementos que minimizam a troca de calor pelas paredes, são as soluções usadas no pavimento. “Nas câmaras de congelados é necessário isolar termicamente o piso interno das camadas inferiores (de ventilação e do solo)”, diz o engenheiro Breno Macedo Faria, diretor técnico de concreto da Associação Nacional de Pisos e Revestimentos de Alto Desempenho (Anapre).

Os isolantes no piso têm o objetivo de manter a temperatura negativa dentro do ambiente, evitando o congelamento do solo e os gastos excessivos com energia. “A estrutura das câmaras ‘recria uma grande geladeira’, isolando toda a área interna do meio externo e do solo”, explica Faria, lembrando que nas câmaras de resfriados o uso de isolantes não é obrigatório, porém, podem ser usados para economizar energia. O EPS pode ser empregado com a função de isolante. A ABNT NBR 11.752 — Materiais Celulares de Poliestireno para Isolamento Térmico na Construção Civil e Refrigeração Industrial — Especificação — apresenta as exigências para o seu uso. A norma também indica as propriedades do XPS, outro material que pode ser utilizado para isolamento de câmaras. “Outra opção é a espuma rígida de poliuretano, normatizada segundo a ABNT NBR 11.726 — Espuma Rígida de Poliuretano para Fins de Isolação Térmica — Especificação”, complementa Faria. Segundo ele, o EPS é um pouco mais econômico, mas é importante avaliar as condições comerciais das demais opções.

“Analisando estruturalmente, todos os materiais atendem às exigências dos pisos. Contudo, algumas classes de EPS não apresentam a resistência necessária. Dessa forma, é importante que o projetista especifique a classe de EPS ideal para suportar o carregamento do projeto”, detalha Faria. Para ser empregado no piso das câmaras frias, o EPS deve apresentar resistência mínima à compressão (com deformação de 10%) compatível com o carregamento da obra e com as especificações do projetista. “A ABNT NBR 11.752 estabelece oito classes de EPS com diferentes densidades e limites de resistência à compressão”, afirma Faria.

Dessa forma, o projetista precisa verificar a tensão que atua no EPS e qual é a classe mais indicada para o projeto. “Também é importante especificar a camada de isolamento, considerando a espessura mínima da camada isolante e as exigências do material, além de detalhar a camada de ventilação, que fica sobre o subleito”, orienta Faria.

PROJETANDO CÂMARAS FRIAS

Para definir o tamanho da câmara fria é preciso saber a quantidade de produtos que será armazenada, geralmente especificada em quilos. Com base nessa informação, existem dados práticos que informam a área ideal, sempre levando em consideração os espaços para prateleiras e corredores. “Em câmaras de pequeno porte, para armazenar 500 kg de carne congelada, o ideal é ter 100 kg por m2. Logo, a câmara deveria ter 5 m2 de área mínima de piso”, exemplifica Vilain. Já para estruturas maiores, como as que recebem empilhadeiras, os cálculos são diferentes e dependem de outros dados, com a densidade de estocagem especificada em kg/m3 de volume da câmara.

“Também é importante alertar sobre a camada de ventilação, detalhada pelo projetista de isolamento. Ela tem a função de evitar o congelamento do solo e precisa ser muito bem especificada, pois caso esse fenômeno ocorra, provocará ‘estufamento’ do piso, prejudicando as operações. Além disso, o reparo do piso custa caro”, finaliza Faria.

Para mais informações e detalhes técnicos, acesse www.isorecort.com.br 

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