Uso do EPS em obras rodoviárias surgiu na Noruega e conquistou o mundo

rodovia-noruega-eps_Olho$$19906

Uso do EPS em obras rodoviárias surgiu na Noruega e conquistou o mundo

País começou a aproveitar o poliestireno expandido em obras de estradas no início da década de 1970. Bons resultados fizeram a tecnologia ser exportada para todo o planeta, e o Brasil também já exibe casos de sucesso

Nos últimos 50 anos, a Norwegian Public Roads Administration — órgão responsável pelas vias públicas da Noruega — vem utilizando diferentes materiais para preenchimento do subsolo durante a construção de rodovias. Resíduos da indústria madeireira, argila expandida e espuma de vidro são algumas das soluções empregadas nas obras. No início da década de 1970, um novo material foi adicionado a esta lista, o poliestireno expandido (EPS).

O departamento governamental buscava opções que auxiliassem na prevenção dos problemas causados nas estradas pelo rigoroso frio do inverno. Devido a suas características de isolamento térmico, o EPS figurou entre os produtos analisados e surpreendeu nos testes com ótimos resultados. Como o poliestireno expandido provou ser capaz de resistir às tensões repetitivas, típicas de rodovias, ficou decidido que ele seria aplicado em projetos futuros.

A primeira experiência aconteceu em 1972, nas obras da via interligada à pequena ponte de Flom Bridge, em Oslo. Os blocos de EPS foram usados para preencher os vazios no subsolo do terreno, basicamente composto por turfa e argila marinha. Após estudar o cenário, os engenheiros decidiram substituir uma camada de 1 m do solo mole por duas fileiras de peças de poliestireno expandido, cada uma com 0,5 m de espessura.

O projeto alcançou desempenho satisfatório e demonstrou, na prática, que o EPS tem espaço em intervenções geotécnicas. Desde então, outras 350 obras rodoviárias envolvendo o poliestireno expandido foram executadas em toda a Noruega, resultando em um total de 500 mil m3 de blocos de EPS consumidos. Esse tipo de aplicação do material foi exportado para outros países da Europa e demais continentes, sendo hoje utilizado ao redor do globo.

MONITORANDO O DESEMPENHO

A construção civil norueguesa recolheu amostras de EPS de cinco obras rodoviárias diferentes, incluindo a da Flom Bridge, para verificar possíveis alterações no material. O objetivo desse trabalho era conferir se houve qualquer tipo de mudança em determinadas propriedades dos blocos, como a densidade e os níveis de absorção de água. A conclusão foi que nenhum efeito negativo é esperado durante um ciclo de vida de 100 anos.

Os estudos mostraram que a garantia desse desempenho está diretamente atrelada a cuidados específicos, como a proteção contra certas substâncias. O poliestireno expandido tem suas características deterioradas ao entrar em contato com a gasolina, por exemplo. Esse tipo de situação pode acontecer após um acidente automobilístico na via, resultando em derramamento de combustível que acaba se infiltrando no subsolo.

Para proteger o EPS em obras de geotecnia, é recomendado que ele seja envolto por mantas capazes de evitar o contato com substâncias químicas nocivas. Também é importante realizar estudos da área, para garantir que o terreno não esteja contaminado por hidrocarbonetos — composto proveniente dos combustíveis derivados do petróleo e que é capaz de se adsorver ao solo.

As análises norueguesas apontaram ainda para a necessidade da criação de modelos capazes de prever possíveis inundações ou elevações do nível do lençol freático. Em todo o mundo, somente cinco falhas em projetos geotécnicos com poliestireno expandido foram documentadas, sendo que duas delas tiveram como causa a flutuabilidade dos blocos, decorrente da leveza característica do EPS.

Um desses problemas aconteceu em 1987, na Flom Bridge, quando após fortes tempestades o preenchimento em poliestireno expandido flutuou. Ao verificar os motivos, foi constatado que as chuvas causaram inundações que ficaram 0,85 m acima do nível máximo previsto no projeto de 1972. Por isso, planejar a segurança acima do nível que a água consegue atingir auxilia na obtenção de uma estrutura segura e duradoura.

As outras três falhas em projetos geotécnicos com EPS são resultados de erros no momento da execução da obra, que causaram incêndios. Elas aconteceram em obras realizadas próximas de pontes, em que o empreiteiro precisava realizar trabalhos de soldagem nas peças metálicas. Faíscas resultantes da atividade acabaram atingindo os blocos de poliestireno expandido, que entraram em combustão. Em um dos casos, 1,5 mil m3 de EPS foi consumido em apenas 10 minutos.

OBRAS NO BRASIL

A engenharia nacional está conhecendo os benefícios do EPS em obras de geotecnia e já há casos de sucesso no país. Um deles é o do viaduto que funciona como principal acesso à cidade de Tubarão, em Santa Catarina. Devido às características de baixa resistência mecânica do subsolo, as peças de poliestireno expandido eram a opção mais viável em termos técnicos, de custo e rapidez de execução. Com 13 mil m³ de blocos utilizados, essa é considerada a maior aplicação do EPS em obras de geotecnia da América Latina.

A solução também foi utilizada em aterros durante a duplicação da BR-101, no município de Goiana, Pernambuco. O trabalho foi executado pelo Exército Brasileiro, a cargo do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), e consumiu 15,7 mil m3 de EPS. Já a construtora Odebrecht empregou a solução na construção de viaduto no Trevo do Caxambu, em Jundiaí (SP). A opção pelo produto proporcionou mais agilidade à obra.

A SOLUÇÃO DO GRUPO ISORECORT

O Grupo Isorecort desenvolveu solução em poliestireno expandido para substituir aterros convencionais na construção de rodovias, ferrovias, aeroportos, encontro de pontes e viadutos e contenção de muros. Batizado de GeoSolution®, também é ideal para estruturação de arquibancadas de estádios, ginásios, teatros, cinemas, entre outras edificações.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Inscreva-se!

Insira seu e-mail no campo a baixo para saber de todas as novidades sobre EPS!