Alternativa ao tradicional elemento cerâmico, as lajotas bidirecionais de poliestireno expandido (EPS) cumprem o papel de enchimento em lajes pré-moldadas executadas com vigas treliçadas. O uso da solução resulta na diminuição do peso da cobertura e na criação de barreira contra a transmissão de calor para o ambiente interno. Também resulta em economia dos insumos necessários para a obra.
“Os principais benefícios das lajes em EPS são o conforto térmico e a considerável redução de peso, que minimiza as cargas exercidas sobre as estruturas do empreendimento. A leveza do material colabora ainda para uma montagem mais ágil, se comparada com as demais opções disponíveis no mercado”, destaca o engenheiro Paulo Cenci, sócio-diretor da construtora PW Perfecta.
O engenheiro Paulo Vitor Souza Santos, diretor do escritório técnico Paulo Vitor Projetos Estruturais, concorda que o peso reduzido da lajota de EPS é um de seus diferenciais em relação à cerâmica. “Apesar de serem materiais inertes, do ponto de vista do desempenho estrutural das lajes, as diferenças entre ambas afetam a execução e a quantidade de cargas adicionadas às fundações”, afirma.
Praticamente 98% do volume das lajotas de EPS é composto de ar, o que torna seu uso bastante indicado para reformas que envolvem a ampliação vertical da edificação, uma vez que conseguem minimizar a demanda por reforços na fundação. Segundo Souza, a solução tem duas desvantagens: a susceptibilidade ao incêndio e dificuldades de execução de acabamento com material cimentício, devido à baixa aderência entre EPS e argamassa.
EPS X CERÂMICA
Para preencher uma laje que necessitaria de 1.850 kg de lajotas cerâmicas, são necessários cerca de 23 kg do produto fabricado a partir do poliestireno expandido. Com tamanha diferença, o projetista responsável consegue especificar estruturas que consomem menos aço e concreto. E o fato de as placas de EPS terem comprimentos maiores torna mais simples seu transporte até o canteiro e posterior manuseio.
“A execução das lajes com placas de EPS tende a ser mais rápida, visto que a leveza do material demanda pouco esforço de montagem”, comenta Souza. Dependendo das características do projeto, a construção da estrutura leve pode ser até 50% mais veloz em relação às convencionais. Ainda há um ganho de produtividade, afinal, os operários carregam menos peso e conseguem levar o produto para a cobertura sem grandes esforços físicos.
O manuseio de materiais no canteiro também representa uma das etapas da construção com os mais elevados índices de desperdício. “A cerâmica é um elemento frágil e com alto nível de perda. Por se tratar de um enchimento, é comercializada com resistência não muito alta. Com isso, sempre há quebras durante a carga/descarga e montagem. Portanto, a instalação de placas de EPS torna-se uma opção para obras mais limpas”, compara Souza.
OUTRAS VANTAGENS
Nas lajes, como o material tem papel de enchimento e a função estrutural é desempenhada pelas vigas de concreto e a armadura metálica treliçada, a resistência do sistema pode ser equiparada com as opções tradicionais. “A solução garante todos os benefícios sem perder nada em resistência”, ressalta Cenci, ressaltando que, além dos ganhos em conforto térmico, há ainda uma atenuação dos ruídos que passam para o ambiente interno.
Na relação de benefícios oferecidos pelas lajes de EPS estão ainda os ganhos financeiros. “Há diminuição de custos no processo construtivo com a redução nos gastos com materiais”, informa Cenci, lembrando que a solução facilita a instalação de encanamentos e conduítes. “É possível executar os sistemas elétrico e hidráulico somente com um soprador de ar quente que abre as passagens”, complementa.
A propriedade de isolamento térmico do EPS assegura economia para o empreendimento com equipamentos de refrigeração. Dependendo do projeto, é possível até mesmo eliminar completamente a necessidade de ar-condicionado, já que a laje evita que o calor proveniente da radiação solar passe para o lado de dentro da edificação.
SUSTENTABILIDADE
Segundo Cenci, o uso de EPS substituindo as lajotas cerâmicas nas lajes é capaz de minimizar a geração de resíduos. “A solução reduz em torno de 80% a quantidade de entulho”, informa. Outro ganho ambiental oferecido pela solução é sua reciclagem. As sobras e rebarbas oriundas de cortes podem ser devolvidas ao fabricante, que vai reaproveitá-las no próprio processo produtivo ou na elaboração de outros produtos.
“O EPS pode ser usado em várias etapas do projeto, desde paredes com painéis monolíticos e lajes, até como elemento do concreto leve. Outro exemplo é no contrapiso, como preenchimento com placas de maior densidade que melhoram a impermeabilização. Os benefícios são muito grandes”, afirma Cenci, comentando que no Brasil ainda não há um consumo do poliestireno expandido como acontece em outros países.
“Estima-se que no Brasil o material seja usado em apenas 1% das obras, enquanto no exterior esse índice chega a até 60%. Temos que avançar bastante e mudar o pensamento do setor, que ainda é muito conservador e não se atualiza sobre materiais que são mais sustentáveis e benéficos aos empreendimentos”, finaliza Cenci.
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