A versatilidade do poliestireno expandido (EPS) permite a criação de elementos decorativos com as mais variadas formas para o revestimento de paredes internas. Além da possibilidade de atingir diferentes geometrias, a solução ainda é capaz de se assemelhar ao aspecto de outros materiais, como madeira ou tijolinhos cerâmicos. Porém, gera menor quantidade de resíduos e tem aplicação simplificada quando comparada às alternativas tradicionais.
“O arquiteto consegue fazer jogo de cheios e vazios para simular uma superfície de tijolos aparentes. Ou então, replicar a aparência de revestimentos 3D e até mesmo ripados de madeira”, conta a arquiteta Barbara Dundes, titular do escritório Barbara Dundes. O material pode ser facilmente recortado no próprio local de instalação para atingir tamanhos diversos e atender às solicitações do layout.
A especificação das peças admite a compatibilização com outros sistemas. Por exemplo, projetos que mesclam os elementos decorativos com recursos de iluminação, capazes de gerar na parede múltiplos efeitos visuais. O EPS aceita a aplicação de tinta e de papel de parede. Outra opção é empregá-lo cru ou com uma camada de resina cimentícia, que proporcionará aspecto semelhante ao do concreto.
QUANDO USAR
De acordo com Dundes, o EPS usado de maneira decorativa tem diferentes pontos positivos, destacando-se a resistência mecânica, a leveza e o fato de se tratar de elemento totalmente reciclável. No poliestireno expandido também não proliferam fungos, bactérias ou insetos.
Cumprindo o papel de elemento de revestimento, tem espaço na criação de detalhes em salas de estar ou em paredes formatando a cabeceira de camas. Até mesmo no banheiro o material surge como alternativa, afinal, o EPS tem como uma de suas propriedades a baixa absorção de umidade. Peças decorativas para fachadas também estão na lista de possibilidades.
“O EPS substitui algumas soluções que têm preço mais elevado ou aplicação que demanda maior trabalho. Colocando tudo na ponta do lápis, oferece excelente custo-benefício”, analisa Dundes.
CUIDADOS
Embora o poliestireno expandido apresente interessante absorção de carga, não tem resistência muito boa contra uma pressão localizada. Portanto, ao pressionar ou bater algum móvel nas placas existe o risco de danos. Levando essa informação em consideração, é recomendado cuidado no momento de escolher a região de aplicação. De preferência, deve acontecer em locais sem grande trânsito de pessoas ou com altura elevada que evite o contato direto.
PRÉ-FABRICADO OU PERSONALIZADO
O mercado de revestimentos de EPS para paredes oferece produtos padronizados, como aqueles que simulam tijolinhos e texturas, e também peças fabricadas sob medida. Isso permite aos arquitetos o desenvolvimento das mais variadas soluções. Para adquirir o produto personalizado, o profissional deve elaborar o desenho e salvá-lo no formato de arquivo DWG (AutoCAD).
Esses dados são repassados ao fornecedor do produto que fará a usinagem. Porém, antes é preciso definir a densidade do EPS que será empregado na fabricação dos itens. O próprio arquiteto tem a liberdade de indicar o material que gostaria de receber. Entretanto, pode também informar apenas a finalidade de uso e a empresa se encarrega de calcular a melhor densidade para cada situação.
Para atingir o desenho pretendido, existem diferentes máquinas, como as que realizam cortes por meio de fio quente. Há ainda as centrais CNC (Computer Numeric Control), que recebem o projeto no formato DWG e são capazes de reproduzir as peças de maneira precisa.
DESEMPENHO TÉRMICO E ACÚSTICO
O poliestireno expandido é reconhecido por se capaz de restringir a transmissão de ruídos e temperatura entre ambientes. “O EPS colabora com o conforto acústico e térmico, oferecendo efeito positivo. Quando há necessidade de isolamento, ele é uma das melhores opções”, ressalta a arquiteta Erica Camargo, titular do escritório Erica Camargo Arquitetura, indicando que o material pode ser usado em praticamente todos os ambientes.
Conhecendo essas propriedades, o arquiteto é capaz de especificar o material para o revestimento de paredes que precisam atuar como barreiras, como nas que funcionam como divisória entre quarto e sala. “Seu uso é comum também em forros, evitando que os sons do vizinho acima incomodem o morador do andar de baixo”, comenta Camargo.
POPULARIZAÇÃO
Apesar dos benefícios, o EPS como elemento de acabamento para paredes internas é empregado com baixa frequência. “Ainda não está totalmente presente no mercado de maneira usual”, afirma Camargo. Ela conta que a solução pode ser considerada versão economicamente mais viável para os revestimentos 3D. “Recebe pintura ou argamassa, permitindo a criação de efeitos tridimensionais. Porém, sem a sofisticação de materiais como o porcelanato ou até o cimentício”, diz.
EPS EM PROJETOS RESIDENCIAIS
Às vezes, a própria espessura dos painéis já atende a medida necessária, considerando que depois ainda há o contrapiso e o revestimento. “O EPS passou a ser bem mais utilizado do que a argila expandida justamente por ser leve e prático de aplicar, além de financeiramente mais interessante”, finaliza Camargo.
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