O poliestireno expandido (EPS) conquistou o seu espaço na construção civil, marcando presença em obras de geotecnia, preenchimento de lajes, no interior de painéis monolíticos, nas juntas de dilatação e como elemento de decoração e acabamento. Reconhecido pela leveza e ótimo desempenho como isolante térmico e acústico, o material é utilizado em construções de todo o mundo.
NO JAPÃO, CASAS IGLUS RESISTEM A TERREMOTOS
A empresa japonesa Dome House utiliza o poliestireno expandido como principal matéria-prima na execução de casas modulares. Fugindo da arquitetura tradicional, as residências têm formato de semicírculo — semelhante aos iglus. O sistema representa quebra de paradigma no território nipônico, pois o país reconhecia somente a madeira, o ferro e o concreto como elementos construtivos. Para entrar nesse mercado, o EPS foi submetido a diversas avaliações.
A Dome House comprovou que a solução suporta variadas condições de uso por meio de pesquisas e ensaios, como testes de carga, compressão de material e resistência a abalos sísmicos. Assim, a empresa teve, em 2005, seu primeiro projeto certificado pelo Ministério de Terra, Infraestrutura, Transporte e Turismo. Desde então, a tecnologia vem sendo aproveitada em diferentes situações, como na construção de resort no sul do Japão com mais de 400 casas.
De fácil montagem, as casas de EPS são compostas por peças de 70 kg que se encaixam. A obra, que dura cerca de uma semana, envolve somente o trabalho de três ou quatro profissionais. Além da velocidade, o processo ainda tem a vantagem de eliminar a geração de resíduos e economizar no consumo de insumos. Já na parte interior, qualquer personalização é possível, com a aplicação de revestimentos e instalação de luminárias, entre outras.
Para cada unidade, são necessários cerca de 850 kg de EPS. O baixo peso permite que as placas sejam transportadas sem dificuldade. A leveza do poliestireno expandido contrasta com sua elevada resistência à compressão, possibilitando, por exemplo, que as casas suportem o acúmulo de neve na cobertura durante o inverno. A forma aerodinâmica das residências, aliada ao fato de algumas peças serem enterradas, torna a construção segura contra tufões.
Outro fenômeno natural suportado pela solução são os terremotos. Sem colunas e com o centro de gravidade baixo, as residências não desmoronam quando acontecem abalos sísmicos. A durabilidade das unidades é elevada devido ao fato de o EPS não sofrer com a ação de intempéries e nem enferrujar. O poliestireno expandido tem também papel fundamental no elevado conforto térmico no interior das casas semicirculares.
RESIDÊNCIAS COM PAINÉIS DE EPS NO QUÊNIA
Para enfrentar as altas temperaturas no Quênia, país localizado na África Oriental, painéis com núcleo de EPS estão sendo empregados na construção de casas. Os projetos, executados por diferentes empresas, variam desde residências unifamiliares até pequenos edifícios de cinco andares. Com 98% de ar em sua composição, o poliestireno expandido se define como isolante térmico, garantindo que o interior das unidades se mantenha constantemente agradável.
Justus Opiyo, um dos moradores dos novos empreendimentos, contou em entrevista a Reuters, que sua casa se transformou em verdadeiro refúgio durante o verão. “Mesmo em condições climáticas extremas, a temperatura permanece constante, ao contrário dos locais onde vivi anteriormente”, afirmou. Ele reside no conjunto com 50 unidades construído no condado de Kajiado, localizado a sudeste de Nairóbi, capital do país.
Para fabricação dos painéis, a espuma de EPS é prensada entre duas telas compostas por arame de aço. Após as peças serem unificadas, são pulverizadas com cimento para apoiar e fortalecer as paredes. De acordo com Romanus Otieno, professor de Planejamento Urbano na Universidade de Nairobi, a execução de casa de dois quartos com essa tecnologia demanda investimento de cerca de U$ 6,7 mil, enquanto um projeto tradicional custa o dobro.
Essa diferença se explica, segundo o docente, pelo fato de o EPS ser leve, o que reduz os gastos com transporte e o número de mão de obra na construção das residências. Ele também destaca que a solução é ecologicamente correta por usar pouca água. O consumo de madeira também é mínimo, afinal, o baixo peso da matéria-prima possibilita a adoção de estruturas menos complexas.
Para destinar corretamente os resíduos das construções e possíveis materiais oriundos de demolições, a empresa malaia Koto Corp., uma das envolvidas no projeto, inaugurou no Quênia uma usina de reciclagem de EPS. Segundo Hillary Wesonga, porta-voz da companhia, as obras com EPS ainda estão decolando no país, portanto, o descarte é incipiente. Porém, a planta está preparada para atender volumes maiores de demandas futuras.
AMERICANOS USAM EPS EM SISTEMA CONSTRUTIVO
Sediada no estado norte-americano do Arizona, Estados Unidos, a Strata International Group é uma empresa que atua no desenvolvimento de alternativas sustentáveis para competir com os materiais de construção tradicionais. Entre as novidades disponibilizadas no mercado está o sistema Saebi Alternative Building System (SABS) — composto por núcleo de EPS pulverizado por revestimento preparado a partir de areia, cimento, fibra de vidro e outros aditivos.
Indicada para paredes, tetos e pisos, a solução atende a todos os protocolos e testes de carga requisitados pelo International Code Council Evaluation Service (ICC-ES). A tecnologia é versátil e já foi empregada em projetos de alto padrão, construções populares, habitações modulares e empreendimentos comerciais, entre outros. E com a vantagem de deixar as moradias livres de mofo, bactérias e microrganismos, que não se desenvolvem no EPS.
O poliestireno expandido é o grande protagonista do sistema construtivo. Com espessura variando entre 10 e 40 cm, determinada em função das necessidades de isolamento do projeto, ele é responsável por promover o conforto térmico e acústico dos empreendimentos. Além disso, por ser facilmente cortado, possibilita a criação de elementos com dimensões e geometrias personalizadas — capazes de atender a variadas situações.
A simples presença do EPS nas paredes, coberturas e piso é capaz de eliminar a necessidade de dispositivos para condicionamento de ar. Além de economizar na compra de equipamentos, há ainda ganhos financeiros na redução do consumo de energia elétrica. Nos Estados Unidos, a construção civil emprega bastante madeira em seus projetos, porém, o novo sistema dispensa o uso do recurso natural, evitando a derrubada de árvores.
Também é 100% reutilizável e atóxico, contribuindo para a execução de projetos mais sustentáveis. Em caso de desmontagem da edificação, todo o EPS pode ser encaminhado para as usinas de reciclagem e transformado. A aplicação do material reduz a quantidade de resíduos encaminhada para os aterros e evita o consumo desnecessário de outras matérias-primas. Até mesmo no fim de sua vida útil a construção continua sendo ecologicamente correta.
Para mais informações e detalhes técnicos, acesse www.isorecort.com.br